Sheik brilha, Timão 'sobra' contra o Boca e é campeão invicto da Libertadores

 

Já se passaram 35 anos e dez edições desde a primeira vez no torneio. De eliminações sofridas. Para rivais e para os que viraram rivais. Mas isso é mais do que passado...

"Maior amor nem mais estranho existe. Que o meu, que não sossega a coisa amada. E quando a sente alegre, fica triste. E se a vê descontente, dá risada." Vinícius de Moraes não se inspirou na torcida corintiana ao escrever "Soneto do maior amor", em 1938. Mas poderia.

Este é o amor da Fiel pelo seu clube. É o amor, que faz sofrer como "gostam" os torcedores. Sofrido, mas amor. Amor daqueles incontroláveis.

"Louco amor meu, que quando toca, fere. E quando fere vibra [...] Fiel à sua lei de cada instante. Dessassombrado, doido, delirante. Numa paixão de tudo e de si mesmo", completou Vinícius, como se a Fiel se "encaixasse" nesta descrição. O "Bando de Loucos". Loucos pelo seu time. Fiéis à sua camisa. Um amor em preto e branco.

São os "loucos" os donos da festa, que é de todos aqueles que torcem pelo Corinthians. Que vivem o Corinthians. O Timão do Bruno, Nikolas, Leonardo, Leandro, Thiago, José, João, Aretha, Ighor, Herbert, Edna, Geraldo, Rodrigo, Renato, Carlos, Rafael, Plínio, Felipe, Cláudio, Fernando, Paula, Michele, Tatiana, Renata, Sérgio, Sinval, Stase e de tantos outros. De outros que não estão mais vivos como Sócrates. Mas que também viveram e vivem este dia. Da nação corintiana. Da Fiel!
O ato final começou como o esperado. Tenso. Barulhento. O Pacaembu, em festa, saudou os corintianos e vaiou os argentinos. No seu canto, os xeneizes cantaram, abafados pela Fiel.

O Boca começou mais com a bola. Tocou, tentou chegar à área do Timão. Mas, como sempre, a defesa do Corinthians foi superior. O adversário trabalhou, mas não conseguiu ficar frente a frente com Cássio. Não assustou em nenhum momento. Como (quase) sempre nesta Libertadores.

O "domínio" dos argentinos, meramente territorial, acabou vencido. Sobretudos pelas laterais, com Sheik muito bem, fez boas jogadas. Tentou chegar. Mas também não assustou muito. Jogou à la Corinthians. A este Corinthians. Dos vários momentos decisivos nesta Libertadores: do gol perdido por Diego Souza, do Vasco, e o feito por Paulinho nas quartas de final; do Sheik, na Vila Belmiro, contra o Santos; de Romarinho, em seu primeiro lance, na Bombonera, contra o Boca. Mas que foram mesmo de Emerson.

O segundo tempo começou mais ou menos como o primeiro. O Boca até teve a bola, mas não chegou com a assustar. Aí, o Corinthians aproveitou. Em seu gol "favorito". Assim como nas oitavas contra o Emelec (duas vezes), Vasco (gol da vitória) e Santos (empate), as traves do lado do Tobogã deram "sorte".

Após duas faltas seguidas, em jogadas precipitadas dos argentinos, o Timão finalmente "aliviou" sua torcida. Após cobrança de Alex e bate rebate na área, a bola sobrou para Danilo, que deu leve toque de costas para Emerson, que decidiu com um belo gol, logo aos 8 minutos. Na comemoração, dedo em riste, como Ronaldo, ídolo do Timão, gostava.



 A senha para a festa. Que começou na semana passada justamente com Sheik, que deu o passe para Romarinho empatar na Bombonera. Que foi decisivo na reta final do pentacampeonato brasileiro, que "colocou" o time nesta Libertadores.

E ainda teve mais aos 27 minutos do segundo tempo. O mesmo Emerson aproveitou passe errado de Schiavi, avançou sozinho, e só tocou para a festa. Para o título!

Como canta Roberto Carlos, parodiado pela Fiel em uma de suas músicas: "Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi"...

Aos 41 minutos do segundo tempo, a torcida finalmente soltou aquele grito, mais do que intalado de "é campeão". Invicto. Merecido. O Corinthians foi Corinthians na Libertadores. E foi campeão!

Agora o Timão começa a pensar no Mundial de Clubes, que será disputado no Japão entre 12 e 16 de dezembro. A expectativa é enfrentar o Chelsea (ING), que também foi campeão da Liga dos Campeões pela primeira vez. A luta, agora, é pelo bicampeonato!

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